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01/08/2017

Eletroneuromiografia

1) O que é a ELETRONEUROMIOGRAFIA?
A Eletroneuromiografia (ENMG) é o mais importante exame funcional do sistema nervoso periférico. Através dela é possível detectar doenças ou lesões que comprometem os nervos em todo o seu trajeto, desde a sua saída (ou entrada) na coluna vertebral ou no crânio até sua junção com os músculos, bem como doenças musculares.

Deve ser realizada por um profissional médico, com conhecimento aprofundado da anatomia e fisiologia dessas estruturas, e também das patologias que podem acometê-las.

2) Como é FEITO o exame?
O exame geralmente é divido em duas etapas:

A) Estudo da condução dos nervos motores e sensitivos (eletroneurografia): são colocados eletrodos em pontos específicos (motores ou sensitivos) e pequenos estímulos elétricos (choques de baixa intensidade, completamente toleráveis) são dados nos trajetos desses nervos, traduzindo através de gráficos o estado funcional do sistema nervoso periférico.

B) Eletromiografia: um único eletrodo capaz de perfurar a pele, em formato de agulha, semelhante à de acupuntura, é colocado em alguns músculos do paciente. E, através da análise do músculo em repouso e da contração voluntária do paciente, é possível concluir o estudo eletroneuromiográfico.
O exame pode ser realizado nos membros superiores (braços), nos membros inferiores (pernas), na face, ou nos 4 membros, a depender da indicação clínica.

3) Quais são as INDICAÇÕES do exame?
Seguem alguns sintomas, onde a ENMG pode ser útil no diagnóstico e prognóstico do paciente:
•    Formigamentos ou dormência;
•    Dor muscular;
•    Insensibilidade;
•    Perda de força muscular;
•    Atrofia;
•    Sensação de fadiga ou cansaço

4) Quais DOENÇAS podem ser DIAGNOSTICADAS pelo exame?
Várias condições que podem acometer o Sistema Nervoso Periférico ou os Músculos:
•    Polineuropatias, como as provocadas pelo diabetes mellitus, pelo alcoolismo ou imunomediadas (auto-imunes);
•    Síndromes compressivas dos nervos periféricos: Síndrome do túnel do carpo, síndrome do túnel cubital, neuropatia hereditária com susceptibilidade à compressão, entre outras;
•    Lesões traumáticas dos nervos periféricos: o exame localiza e quantifica o grau da lesão, bem como sua provável evolução clínica;
•    Lesões provocadas por hérnias de disco cervical ou lombossacra: Radiculopatias;
•    Comprometimento do neurônio motor inferior: Doença do neurônio motor inferior, esclerose lateral amiotrófica, amiotrofias espinhais;
•    Doenças que comprometem o gânglio sensitivo da raiz dorsal: neuronopatias sensitivas;
•    Doenças da junção neuromuscular, como a miastenia gravis;
•    Doenças específicas do músculo: miopatias (adquiridas ou hereditárias).

5) Quais as CONTRA-INDICAÇÕES do exame?
A única contra-indicação absoluta para realização do exame ambulatorial é o uso de marcapasso cardíaco.
Pacientes que fazem uso de medicação anticoagulante (Marevan®, Marcoumar®, Pradaxa®, Xarelto®, Eliquis®) não devem fazer o exame de agulha (eletromiografia), devido ao maior risco de sangramento. Contudo, sob orientação e consentimento do seu médico, pode-se suspender temporariamente o remédio e fazer o exame completo, caso seja necessário.

6) Orientações para o PREPARO do exame:
A) Não passar cremes (óleos / hidratantes corporais, protetor solar), preferencialmente nas 24h precedentes ao exame: tais cremes podem atuar como “isolantes” e dificultar a obtenção dos potenciais no estudo da condução;
B) Trazer ou vir com uma camiseta cavada (para os membros superiores) ou bermuda acima dos joelhos ou saia (para os membros inferiores);
C) Trazer exames já realizados relacionados ao motivo da sua condição clínica.

7) Esclarecendo os “MITOS” a respeito do exame:
A) Crianças podem fazer o exame?
R.: Sim! Não há contraindicações quanto à idade, desde que acompanhadas dos pais ou responsáveis.
B) Posso dirigir após a realização do exame?
R.: Sim! O exame não impossibilita qualquer atividade após a realização, mesmo que seja dos membros inferiores.
C) Preciso ficar afastado (a) do trabalho no dia do exame?
R.: Não. Como escrito acima, não há necessidade de qualquer restrição para o exame, seja antes ou depois do mesmo.
D) Tem que estar de jejum?
R.: Não. É preferível, inclusive, que o paciente esteja alimentado (sem fome) durante o exame.
E) É muito doloroso?
R.: É muito comum os pacientes chegarem ao consultório amedrontados e ansiosos (até sem dormir!) por causa de informações equivocadas a respeito do exame, seja com conhecidos ou através da internet.
O limiar de dor é muito individual e depende, inclusive, da condição clínica / indicação do paciente. No entanto, o exame provoca apenas um leve desconforto, completamente tolerável à grande maioria dos pacientes.

Também é comum, após a realização do exame, os pacientes concluírem que não precisavam ter “sofrido” tanto antes de se submeterem a ele.

Portanto, fique tranquilo! Não há motivos para ansiedade ou medo em relação ao exame.

Espero você aqui.

Autoria: Dr. Jean de Oliveira Ramos
 

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