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01/08/2017

Tratamento cirúrgico da doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma doença complexa que afeta o dia a dia do paciente em diversos aspectos. Dessa forma, o principal objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida.

1. É verdade que existem tratamentos cirúrgicos para a doença de Parkinson?
Sim. Atualmente, além do tratamento medicamentoso, existe a possibilidade da realização do tratamento cirúrgico.

2. Como é o tratamento cirúrgico na doença de Parkinson?
Inicialmente o tratamento era feito realizando-se microlesões em áreas específicas do cérebro. Nas últimas décadas, com o avançar das técnicas e aparelhagem cirúrgica, assim como o aperfeiçoamento e a criação de novos dispositivos eletrônicos, iniciou-se o uso da estimulação cerebral profunda para o alívio dos sintomas da doença de Parkinson

3. O que é a estimulação cerebral profunda (DBS)?
A estimulação cerebral profunda, também chamada de DBS, é a conduta cirúrgica preferencial atualmente. Através de modernas técnicas cirúrgicas e do uso de aparelhos computadorizados no momento intraoperatório, são implantados pequenos eletródios em regiões especificas do cérebro. Através dessa técnica consegue-se gerar e controlar uma corrente elétrica. Essa corrente elétrica pode ser controlada e direcionada a determinados alvos e estruturas específicas dentro do cérebro, colaborando para o alivio dos sintomas da doença de Parkinson.

4. Por que a estimulação cerebral profunda atualmente é a terapia cirúrgica preferencial?
Atualmente preferimos o uso da ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA por nos proporcionar a vantagem de poder tratar os dois lados do corpo simultaneamente; por ser, ao contrário da micro lesão, um procedimento reversível e por permitir ajustes nos parâmetros do aparelho caso seja necessário com o passar do tempo.

5. Como funciona a ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA? O efeito clínico é imediato?
Não. Durante a cirurgia serão implantados os eletródios intracerebrais e o gerador da corrente elétrica. Entretanto, o dispositivo será ligado pela equipe médica, apenas alguns dias após o procedimento cirúrgico. Uma vez ligado o ajuste dos parâmetros do aparelho serão realizados gradualmente ao longo de semanas e, em muitos casos será também necessário realizar paralelamente um ajuste nos medicamentos. Dessa forma, para que o procedimento obtenha sucesso, é necessária uma equipe com neurocirurgião e neurologista experientes nesse assunto.

6. Todos os paciente com doença de Parkinson tem indicação de realizar o tratamento cirúrgico?
Não. Para que a ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA funcione, é imprescindível a indicação correta e analisar se o procedimento trará benefícios para o seu caso. Dessa forma é necessário completar um minucioso protocolo pré-operatório. A indicação correta da cirurgia é o primeiro passo para que o tudo corra bem, sendo essencial ser feita por equipe multiprofissional com experiência no assunto.

7. Quais são as principais contra-indicações à cirurgia na doença de Parkinson?
Existem diversas contra-indicações, sendo as principais: a presença de demência ou déficit cognitivo grave; alterações neuropsiquiátricas; idade avançada; ausência de resposta àlevodopa. Cada caso deve ser analisado individualmente.

8. A ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA é capaz de curar a doença de Parkinson?
Não. A ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA é uma importante ferramenta para auxiliar o tratamento da doença de Parkinson, entretanto não é capaz de curar a doença.

9. Então qual é o objetivo de se realizar a cirurgiana doença de Parkinson?
Diversos estudos científicos veem mostrando que a ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA é uma ferramenta muito importante para auxiliar o neurologista no controle dos sintomas motores da doença de Parkinson avançada. Já está comprovado que melhora de modo muito significativo os sintomas como rigidez, tremores, lentidão de movimento, discinesias, flutuações motoras, apresentando um impacto muito positivo na capacidade funcional do paciente e devolvendo qualidade de vida.

10. A realização da cirurgia dispensa o uso de medicamentos?
Não. O uso de medicamentos é essencial para o bom controle. Em alguns casos, dependendo do alvo cirúrgico escolhido, é possível diminuir a quantidade de remédios.

11. Como é o seguimento após a realização da cirurgia?
Para obter e manter o sucesso atingido é necessário que o paciente visite a equipe responsável por seu tratamento periodicamente. Durante o seguimento, sempre que necessários, serão realizados ajustes nos parâmetros do aparelho de ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA, assim como ajustes nos medicamentos utilizados.

12. Atualmente quando está indicada a ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA na doença de Parkinson?
Normalmente a cirurgia está indicada em casos que apresentam dificuldade de controle dos sintomas com as medicações via oral, assim como a presença de complicações motoras, como discinesias, encurtamento da duração do efeito medicamentoso, piora clínica refratária ao ajuste de medicamentos, entre outros. A indicação correta e no momento ideal são fundamentais para o sucesso da cirurgia.

Autoria: Dra. Carolina Pinto de Souza
 

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