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01/08/2017

Tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI)

1. O que é o AVC?
O AVC, popularmente conhecido como “derrame”, pode ser dividido em dois grandes grupos: AVC isquêmico e AVC hemorrágico. O primeiro, mais frequente, ocorre quando um trombo ou êmbolo obstruí o fluxo sanguíneo de um vaso cerebral. Consequentemente, essa obstrução aguda gera sofrimento do tecido cerebral e, caso o fluxo não seja revertido, acaba por gerar isquemia desse tecido. No segundo grupo, o AVC ocorre secundariamente à ruptura de um vaso cerebral e será discutido separadamente.

2. Existe tratamento para o AVCI?
Sim. O tratamento, chamado de trombólise, consiste na desobstrução do vaso, permitindo que o sangue irrigue novamente aquela área afetada. Ele pode ser feito através de medicamentos endovenosos (trombólise endovenosa) que dissolvem os trombos (ou coágulos); através da injeção de medicação diretamente sobre o trombo, via cateterismo (trombólise intra-arterial) ou retirando-se o trombo através de um cateter (trombectomiamecânica).

3. Qual é o objetivo do tratamento agudo do AVCI?
O objetivo principal é reverter ou amenizar o déficit neurológico. Entretanto, diversos estudos comprovaram que é também um tratamento que pode salvar a vida do paciente. Para que seja efetivo é necessário que seja realizado o mais rápido possível a partir do início dos sintomas. Quanto mais tempo se passar, maior será a área cerebral em isquemia e maior serão as sequelas do paciente. No tratamento do AVCI agudo, tempo é cerébro!!

4. Sabendo que não podemos perder tempo para se iniciar o tratamento, qual é o período ideal?
Realmente, para o tratamento ser efetivo e seguro, temos poucas horas para iniciá-lo (geralmente até 4 ou 6 horas do início dos sintomas, a depender da modalidade de tratamento indicada). Ou seja, para atingirmos os objetivos é fundamental que a população reconheça essa situação e encaminhe o paciente o mais rápido possível a um hospital de referência.

5. Como reconhecer os principais sintomas do AVC?
Os sintomas são muito variados, porém os mais frequentes são a dificuldade para movimentar um membro ou ambos os membros do mesmo lado, dificuldade de fala e para encontrar palavras, e a paralisia facial. Alguns casos podem cursar com desequilíbrio, dificuldade para deglutir e alterações visuais. Presenciando um caso suspeito de AVC, não perca tempo: encaminhe o paciente imediatamente para um serviço de urgência e solicite a avaliação de um neurologista.

6. O tratamento do AVCI pode ser feito em qualquer hospital ou por qualquer médico?
Não. O procedimento é extremamente delicado e para que se obtenha sucesso, evitando complicações, deverá ser realizado em hospitais nos quais existem protocolos de tratamento instituídos, equipe multidisciplinar treinada (“time de AVC”) e neurologista com experiência na área.

7. Todos os pacientes com AVCI podem receber o tratamento?
Não. Para que tenhamos sucesso e evitemos complicações graves é necessária uma análise precisa de diversos fatores, como sintomas, tempo de início do quadro, características da tomografia cerebral. Só um neurologista com experiência na área pode indicar ou contraindicar a trombólise.

8. O tratamento do AVCI é uma urgência?
Sim. O AVC é uma das doenças que mais mata em nosso país e frequentemente deixa sequelas importantes na vida dos pacientes. Além de salvar vidas, o tratamento na fase aguda diminui e, em muitos casos, reverte a sequela neurológica. No mundo todo, a cada seis pessoas, uma terá um AVC em algum momento de sua vida. Lembre-se: o tratamento é uma luta contra o tempo!

Autoria: Dra. Carolina Pinto de Souza

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